Bioinformatas organizam Biohackathon para analisar dados do COVID-19
por Marília Almeida

Evento convida a comunidade para discutir e desenvolver soluções tecnológicas que impactem o curso do combate à pandemia.

O National Bioscience Database Center (NBDC) e o Database Center for Life Science (DBCLS) organizam anualmente o BioHackathon desde 2008, focando principalmente na padronização e na interoperabilidade de dados da Bioinformática e serviços web para melhorar a integração, a preservação e a utilização de dados nas ciências da vida. Na prática, o evento consiste em uma maratona de programação na qual desenvolvedores se reúnem por horas, dias ou até semanas, a fim de explorar dados abertos, desvendar códigos e sistemas lógicos, discutir novas ideias e desenvolver projetos de software ou mesmo de hardware. Por ser um evento público, a maratona dá visibilidade e transparência a essas atividades, além de divulgar os novos produtos gerados.

Neste ano, a organização do BioHackathon visa criar um esforço conjunto para trabalhar com ferramentas para a análise do COVID-19. O evento ocorrerá de 5 a 11 de abril de 2020 e para isso serão usados videoconferência, e-mail, IRC (Internet Relay Chat), mensagens, wiki e repositórios de código-fonte para que o evento aconteça de forma segura. Antes desta data, os grupos de trabalho já estarão em fase de organização. Espera-se que essa iniciativa leve a dados, protocolos, kits de detecção e previsões de proteínas que aprimorarão as análises dos dados públicos disponíveis para o novo Coronavírus. Resultados concretos desse tipo de ação consistem, por exemplo, na possibilidade de comparação dos dados de sequenciamento de um paciente com todas as outras cepas conhecidas em um gráfico de variação. Além da disponibilização de metadados padronizados e repositórios públicos de dados, bem como fluxos de trabalho que podem ser executados por qualquer pessoa.

Qualquer um pode participar e contribuir. Para isso, basta se tornar um membro da lista de e-mail e se juntar a um tópico/grupo. Os grupos de trabalhos serão divididos por tópicos e os participantes poderão criar seu próprio grupo e atrair pessoas interessadas em sua área de trabalho. Os colaboradores receberão crédito pelo trabalho.

Além do BioHackathon, outras comunidades e grupos, como kaggle e DEVPOST, lançaram e continuam a lançar desafios a procura de soluções que impacte positivamente o curso do combate ao COVID-19. No Brasil, a AB3C (Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional) está em busca de voluntários para desenvolver um site onde será reunido e organizado informações e dados sobre o coronavírus.

Fonte: http://www.biohackathon.org