Sequenciamento Coronavírus - Brasil
por Renata Cavalcante

Pesquisadoras Brasileiras sequenciam o genoma do Coronavírus em tempo recorde e elevam a ciência produzida nas instituições públicas do Brasil.

O COVID-19 vem sendo o assunto mais discutido nos noticiários nos últimos 3 meses. Tal repercussão dá-se pelo fato do COVID-19 ser um novo tipo de vírus da família Coronavírus, que teve seus primeiros casos relatados na cidade de Wuhan, na China, e que rapidamente se tornou uma pandemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta para o aparecimento do novo Coronavírus no dia 31 de dezembro de 2019, após autoridades chinesas reportarem casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade de Wuhan.

Desde então, o vírus vem sendo disseminado por vários países, já apresentando casos de infectados em todos os continentes, exceto a Antártica. Com a propagação do COVID-19 pelo mundo, vários grupos de pesquisa reuniram esforços para sequenciar o genoma do vírus a fim de entender melhor suas características e mutações, para desta forma auxiliar no desenvolvimento de possíveis vacinas, tratamento e para colaborar no diagnóstico efetivo dos infectados.

No dia 26 de fevereiro de 2020, foi registrado o primeiro caso de COVID-19 em território brasileiro, tornando-se o Brasil o primeiro país da América Latina a registrar um caso da epidemia. E no dia 28 de fevereiro, 48 horas após a divulgação do primeiro caso no Brasil, uma equipe de pesquisadores brasileiros, composta em sua maioria por mulheres, coordenada pela Profª Dra. Ester Cerdeira Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Adolfo Lutz e a Universidade de Oxford, tornou público o primeiro sequenciamento do COVID-19. Em entrevista para a revista Veja, Profª Ester explica que tal feito foi alcançado através de experiências adquiridas pelo grupo de pesquisa em lidar com outras epidemias: “Desde que o país passou por epidemias de zika e dengue, o nosso grupo estava trabalhando em aprimorar os testes de sequenciamento [...]. O resultado desses esforços é que fomos mais rápidos, porque já estávamos prontos.”, afirma Profª Ester.

Este sequenciamento teve destaque internacional, levando a pesquisa feita no Brasil para a manchete dos mais diversos tablóides, uma vez que foi o sequenciamento do genoma do novo coronavírus realizado em menos tempo desde a sua descoberta em Wuhan. Feitos como esse são de extrema importância para a ciência brasileira por mostrar a importância das instituições públicas no avanço científico do país.

Ainda, tal realização reforça a importância e o valor da atuação de mulheres na pesquisa, mostrando tanto para o cenário nacional quanto para o internacional o destaque da mulher brasileira na ciência.

Fontes:

Organização Mundial da Saúde. Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019 /Acesso em: 16 de março de 2020.

Agência Fapesp. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/technology-used-to-sequence-coronavirus-in-brazil-will-enable-scientists-to-monitor-epidemic-in-real-time/32656/ Acesso em: 15 de março de 2020.

Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/por-que-o-brasil-foi-o-primeiro-a-sequenciar-o-genoma-do-coronavirus/